A Casa Vogue publicou neste final de semana uma matéria bem legal sobre o T44, estúdio de design com sede em Balneário Camboriú (SC), idealizado pelos irmãos Dennys e Patrick Tormen. O foco do T44 é criar objetos e mobiliários que combinam processos industriais com artesanais, sempre produzindo em pequena escala e sob demanda. Batemos um papo com o Dennys, que toca a criação no estúdio, sobre como tudo isso surgiu, processos de trabalho e novidades. Confira abaixo.
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Como surgiu o T44?
O T44, nesta denominação, surgiu há um ano, mas não se deu de uma hora para a outra. O T44 veio de um desejo antigo de conseguir viabilizar projetos próprios, e também de fazer algo que a gente realmente gosta e acredita. Eu trabalhava como freelancer e desenvolvia alguns projetos autorais de design. O Patrick administrava obras na construção civil, mas também não estava completamente satisfeito fazendo aquilo. Nós já havíamos feito alguns projetos em parceria antes, como o banco A4, mas na época não conseguimos colocar no mercado. Em 2014 recebi o convite para expor este mesmo trabalho em Paris, na Meet my Project. Logo em seguida, a convite da Camilla D'Anunziata, desenvolvi alguns projetos para Design House, durante a Design Weekend em São Paulo. Neste período o Patrick estava morando na Austrália e, quando ele voltou, as coisas convergiram. Resolvemos levar estes projetos mais a sério, produzindo-os em pequena escala. No final do ano já estreamos como um estúdio, lá nos Coletivos da MADE, e neste ano expusemos pela primeira vez em Milão, no evento Brazil S/A.
Como vocês trabalham?
Procuramos seguir um processo mais orgânico de desenvolvimento, respeitando o tempo que cada fase de projeto realmente leva. Nosso método tem uma aproximação com o slow design. Produzimos em pequena escala e sob demanda. Buscamos oferecer peças que possam permanecer na vida das pessoas por muito tempo. Por isso, além dos materiais, dos aspectos funcionais e estéticos, procuramos entender as pessoas, a fim de entregar algo que proporcione uma experiência positiva para elas. O que não é produzido na nossa oficina é feito por outros artesãos e pequenos produtores, e tudo leva nosso carinho e dedicação.
De onde vêm as inspirações?
As inspirações vêm de diversas fontes e isso é o que mais gosto em se trabalhar com design. Temos infinitas possibilidades e conexões que podem ser feitas ao mesmo tempo em que temos muitos requisitos a serem atendidos. Mas como desenho, me identifico com a simplicidade e funcionalismo do design escandinavo.
Como vocês escolhem os materiais?
Muita coisa deve ser levada em conta na hora de pensar em um produto, e por consequência, nos seus materiais. Um aspecto importante na nossa maneira de trabalho é que utilizamos processos manuais ou pouco mecanizados. Isso reflete não só na escolha dos materiais, como no desenho. Outro fator muito importante é a relação prática do material e seu uso. Depois vem muito da mensagem estética e tátil que queremos passar. Por exemplo, gostamos de trabalhar o metal com tratamentos superficiais, ao invés de pintura. O mesmo com a madeira, que na maior parte das vezes é protegida só por óleo natural. Acreditamos que o contato com estes materiais possa proporcionar experiências emocionais com o produto.
Quais são as novidades para este ano?
No momento estamos com projetos em parceria com outros arquitetos e designers, e neste mês, participamos novamente da Design Weekend nos eventos MADE e Design House.